... Penso, reviso e chego a um protótipo de ideia sobre o porquê eu escrevo neste sistema frio e artificial que criamos e chamamos “rede social”.
Quando eu era criança ninguém que eu conhecia tinha computador nem celular e o telefone fixo era do tipo “compartilhado”.
O que eu fazia então? Desenhava, brincava de casinha com as bonecas, brincava de jogos e de bola na rua, colecionava figurinhas, assistia desenho animado tomando vitamina de banana, conversava com meu cachorro, dublava meus cantores preferidos fazendo a escova de microfone, fazia coreografias e teatrinho e fazia graça para todo mundo rir.😁
Acho que deu tudo certo aí.
Na minha adolescência ainda não existia rede social mas já existia o bullying.
O que eu fazia então?
Sonhava que ia salvar meus amigos na escola, com direito a ideias geniais, saltos espetaculares e piruetas dignas de um super-herói, talvez eu tenha começado a gostar mais das ciências depois de sonhar tanto com isso 😅 rsrs
Eu também me apaixonei pela primeira vez nessa fase como a maioria de nós e não era correspondida como a maioria de nós
😁
Comecei a me achar menos (baixa autoestima? bullying? desilusão? violência?
🤔).Não dá para saber as causas mas hoje dá para compreender muito melhor o que naquela época eu não sabia expressar nem ressignificar mas foi aí que eu comecei a buscar explicações mas pareceu mais “fácil” utilizar as máscaras sociais
😟 ...
O mundo só se conectou para mim quando eu entrei na universidade no ano 2000.
Aqui foi quando eu quase me esqueci, ou me esqueci, de uma parte de mim (aquela por trás das máscaras). Eu precisava ser aceita nesse mundo novo, era a segunda chance de ser “normal” e eu não podia falhar!
Mas havia algo que não me deixava ir tão para longe de mim então eu ficava sendo a criatura que “não conta”, a que “aceita”, a “boazinha”,
😢 ...
Mas devia haver alguém que pudesse me dizer o que fazer... A gente quando não sabe o que procura encontra o que também não sabe o que deseja encontrar... E assim foi e foi e foi... Submeter-se e Submeter.
Como não queria encontrar-me com aquela que não era aceita então resolvi encontrar alguém que me dissesse como eu devia ser e ele me encontrou também.
A infância durou até o dia que eu encontrei-me novamente comigo a sós. Eu chamei de solidão e me julguei fracassada mas uma pessoa me disse que o que eu tinha era coragem.
🤔 Desde então eu resolvi buscar as fortalezas por detrás daquelas máscaras empoeiradas, usadas a tanto tempo. E as lágrimas se juntavam e inundavam minha mente... Eram dias de turvação mental e falta de ar, mas eu lembrei que havia um propósito para tudo isso. Eu sempre soube mas escondi de mim mesma as verdades que já possuía.
Hoje eu estou aqui, a salva por mim mesma, e escrevendo na rede social. Por quê?
Porque também deve existir um propósito para tudo que existe e nós somos quem decidimos o que fazer com cada coisa. Existe um fio invisível que de alguma forma nos conecta mais que esta “rede” e não precisaríamos dela se já o pudéssemos compreender. A escrita e a fala organizam meu pensamento que chega até o seu dispositivo e dele chega até a sua mente e dela até Você.
Se você sorriu e ficou feliz por saber que a minha história se parece com a sua ou que talvez não, mas que é bom saber que através da autorreflexão nos descobrimos verdadeiramente. Então, nós descobrimos juntos o propósito desta e daquela rede.
💕